Leia com calma para conferir como é o complicado sistema eleitoral dos EUA
Publicação em 03.11.20Google Imagens

O sistema que elege um presidente nos Estados Unidos é diferente do adotado no Brasil e em outros países. Não basta ter a maioria dos votos diretos dos eleitores no dia da eleição, que será nesta terça-feira (3). Na prática, algumas vezes isso nem adianta. Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton teve mais votos diretos, mas não foi eleita e Donald Trump tornou-se presidente.
Por isso, neste 2020, por mais que Joe Biden apareça à frente em todas as pesquisas, ainda é possível que Trump consiga se reeleger mesmo perdendo novamente nas urnas. O que um candidato à presidência dos EUA precisa mesmo é conquistar a maioria dos votos dos delegados que compõem o Colégio Eleitoral.
Explica-se: a) Quando os eleitores estadunidenses votam, eles estão decidindo para quem vão entregar os delegados de seus Estados; b) As unidades com mais habitantes têm mais delegados no Colégio Eleitoral.
O Estado da Califórnia, por exemplo - que é o mais populoso do país, com quase 40 milhões de habitantes - está dividido em 53 distritos eleitorais. Simultaneamente, o Kansas, um estado pequeno, com menos de 3 milhões de pessoas, tem apenas quatro distritos eleitorais.
Considerando que cada estado ganha um delegado por distrito e mais dois (um para cada senador que possui no Congresso), a Califórnia tem no total 55 delegados e o Kansas seis – o que deixa bem clara a influência de cada um.
Como funciona o Colégio Eleitoral
- O sistema do Colégio Eleitoral dos EUA existe justamente para que estados mais populosos tenham peso maior na decisão. Por isso os candidatos se empenham muito para se dar bem em estados como Califórnia, Flórida e Texas exemplificativamente. É que, juntos, os três têm 133 delegados – quase 25% do total.
- Na conjunção, quase todos os estados - com exceção apenas de Maine e Nebraska - adotam um sistema chamado “winner-take-all” (em tradução livre, “o ganhador leva tudo”), no qual o candidato que conseguir o maior número de delegados fica com todos. Ou seja, se alguém conquistar 28 dos delegados da Califórnia...leva os 55.
- Em geral, existem estados que são tradicionalmente republicanos; outros onde democratas ganham praticamente sempre. Mas a briga de verdade acontece naqueles conhecidos como “swing states”, onde não há tanta fidelidade e os resultados variam de acordo com cada eleição. No caso, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia e mesmo a Flórida estão entre eles e podem ser decisivos.
- Somando todos os 50 estados dos EUA (mais o distrito de Columbia), existem 538 delegados em disputa. Torna-se presidente o candidato que assegurar o voto de pelo menos 270 deles.
Compare quantos votos são atribuídos por cada estado:
Alabama - 9 votos
Alasca - 3 votos
Arizona - 11 votos
Arkansas - 6 votos
Califórnia - 55 votos
Carolina do Norte - 15 votos
Carolina do Sul - 9 votos
Colorado - 9 votos
Connecticut - 7 votos
Dakota do Norte - 3 votos
Dakota - 3 votos
Delaware - 3 votos
Distrito de Columbia - 3 votos
Flórida - 29 votos
Georgia do Sul - 16 votos
Havaí - 4 votos
Idaho - 4 votos
Illinois - 20 votos
Indiana - 11 votos
Iowa - 6 votos
Kansas - 6 votos
Kentucky - 8 votos
Louisiana - 8 votos
Maine - 4 votos
Maryland - 10 votos
Massachusetts - 11 votos
Michigan - 16 votos
Minnesota - 10 votos
Mississippi - 6 votos
Missouri - 10 votos
Montana - 3 votos
Nebraska - 5 votos
Nevada - 6 votos
New Hampshire - 4 votos
Nova Jersey - 14 votos
Novo Mexico - 5 votos
Nova York - 29 votos
Ohio - 18 votos
Oklahoma - 7 votos
Oregon - 7 votos
Pensilvânia - 20 votos
Rhode Island - 4 votos
Tennessee - 11 votos
Texas – 38 votos
Utah - 6 votos
Vermont - 3 votos
Virginia - 13 votos
Washington - 12 votos
West Virginia - 5 votos
Wisconsin - 10 votos
Wyoming - 3 votos.