
O golpe de misericórdia
Publicação em 15.11.21
Foto de Lauro Alves – Google Imagens
Em uma guerra diante da impossibilidade de tratar o inimigo alvejado, para pôr um fim ao sofrimento, admite-se o tiro de misericórdia.
É uma forma de abreviar o sofrimento diante do inevitável.
Cair para a segundona, ainda mais para os grandes clubes gaúchos, é inaceitável. Claro que levamos em conta a prepotência da nossa condição de gaúchos. Por aqui tudo é melhor do que no restante do país.
O fantasma do rebaixamento também tem relação direta com a rivalidade entre os maiores – Internacional e Grêmio – é a gangorra. Isso muda tudo.
Imaginemos uma hipótese: a dupla na mesma situação, os dois prestes a cair. Seria diferente.
Hoje estaríamos cuidando do planejamento para 2022, com foco em quem melhor enfrentaria a segundona, garantindo o retorno para a divisão principal.
Mas não é assim, por aqui um vive em função do outro.
O Grêmio já caiu e só falta o golpe de misericórdia, aquele que encerra o sofrimento e as trapalhadas próprias do desespero. E como fica o Internacional se retirarmos o retumbante insucesso do rival?
Se focarmos apenas no colorado, nos daríamos conta da precariedade da sua situação: mais um ano passando sem conquistar nada. Em resumo ganhamos um Gre-Nal. Há muito a gestão atual marca passo sem sair do lugar e a eventual conquista de uma vaga indireta para a Libertadores é muito pouco.
Na contabilidade das gestões Medeiros/Barcellos, a coluna do nada cresce com o passar dos anos. O glorioso Internacional está muito longe do lugar que lhe cabe no futebol brasileiro.
A queda do Grêmio para mim já é fato consumado. Entrementes, o que temos ou sabemos acerca do planejamento do Inter para 2022?
Nada, rigorosamente nada!
A nossa caminhada é feita no improviso da ocasião, sem alento à torcida.
Só podemos comemorar o recuo da atual direção abandonando a ideia equivocada de que com o modernoso Ramirez seria possível estruturar o futebol.
Com o Grêmio na segundona - pela terceira vez - o foco será o Internacional.